Semana 5: para viver um grande amor, autoconhecimento é essencial
“Para criar relações de vida, é preciso vivê-las e não esperá-las; para amar é preciso sentir e não imaginar” – Rolando Toro
A humanidade foi se desenvolvendo e o ser humano foi percebendo cada vez mais que fomos criados para vivermos juntos, uns com os outros, uns complementando os outros e uns se descobrindo com os outros.
A busca por amor e companhia já foi descrito por Augusto Cury no livro “Sabedoria nossa de cada dia – Os Segredos do Pai-Nosso” que quem não ama vive isolado ou produz relações superficiais. Já quem ama se entrega, mesmo correndo risco de ser rejeitado, frustrado, ferido. Muitos de nós hoje relembramos como foi nosso passado e percebemos que nossos avós e pais tinham vergonha de expressar esse amor, seja de forma oral no dizer eu te amo ou com atitudes, pois percebemos que o afeto era difícil de ser expressado.
Porém, no antigo e vendido livro que se chama Bíblia, lemos de forma imperativa uma frase que diz: “Amai a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a ti mesmo”. “Ainda podemos acrescentar que “amar ao próximo como a ti mesmo” seja talvez a ideia mais difícil de ser vivenciada, mas também é, sem dúvida, a que mais benefícios nos traz no dia a dia”. Isso vale para tudo o que se é, e o se busca na vida, falamos aí de todas as áreas da vida e que usamos na ferramenta MDV – mapa da vida (autoavalição multidimensional: espiritual, familiar, saúde, filhos, conjugal, social, financeira, profissional e emocional), que consta no coaching da FCU-Florida Christian University, no qual fiz meu Mestrado.
Melhor conviver com pessoas difíceis do que a solidão
O verbo AMAR é o mais complexo, abrangente e se sentido em profundidade, completa e torna o ser humano capaz de cumprir sua missão, ajudar ao próximo, fazer a diferença na vida de outras pessoas, vivendo uma vida plena e equilibrada, como sonhamos. Amar ainda significa aceitar o outro com suas limitações, escolhas, medos, inseguranças e mazelas que muitas vezes, nem mesmo nós as conhecemos. Segundo Augusto Cury, no livro “Armadilhas da Mente”, ter solidão não depende de escolha; mas sim de superá-la. Então, por mais complicado que seja conviver com pessoas difíceis, é melhor viver com elas do que ficarmos isolados. Isso sim seria permanecer na solidão por escolha.
Há várias décadas atrás as escolhas de seus cônjuges eram feitas pelos pais, os quais se achavam no direito de fazê-las e ainda, por ser costume da época. Portanto, não se falava de conquistas, carinho, afeto e afinidade. A questão era a idade chegou e precisam formar novas famílias, multiplicando-se e cumprindo seus papéis na sociedade, e tendo mão de obra para os trabalhos familiares.
Não muito tempo depois foram percebendo que este modelo trazia consigo muitas dores, sofrimentos, vícios por não saberem lidar com a solidão, agressões, medos, traumas, ou seja, uma sociedade doente emocionalmente. Então, as escolhas foram flexibilizadas e já poderiam ser feitas pelos próprios jovens interessados em casamento, mas claro que muitos pais ainda não deixaram de dar suas opiniões e muitos ainda influenciando nas escolhas.
Na sociedade atual as escolhas são totalmente deliberadas, e, na maioria, com total isenção dos pais quanto aos casamentos. Isso trouxe grande número de relacionamentos imaturos, filhos criados por outros familiares que não são os pais, altíssimo índice de separações. No Brasil há pesquisas que apontam que mais de 70% dos casamentos de cada ano, são desfeitos, por várias razões, mas as que prevalecem, são por problemas de comunicação e falta de Inteligência emocional, de como lidam com as divergências e circunstâncias.
A complexidade do convívio social
O convívio conjugal é complexo, pois cada qual vem de sua família de origem com suas crenças, pensamentos automáticos e doenças emocionais, e estes formam uma nova família, que fora constituída com a junção de dois indivíduos muito diferentes em todos os aspectos. O homem por sua natureza tem a composição cerebral e produções de testosterona são diferenciadas, e como trata a neurociência tem o seu mundo, diferente das mulheres, e por isso dizemos que nos complementamos. Somos reais e diferentes.
Considerando os mundos muitos bem descritos por John Gray no livro “Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus”, que do mesmo modo que “a comunicação é o elemento mais importante num relacionamento, discussões podem ser o elemento mais destrutivo”. Colocando isso em prática, dizemos que a regra é nunca discutir, e sim negociar, pois é possível ser honesta, aberta e expressar os sentimentos negativos, sem discutir ou brigar.
Muitos estudos também mostram que temos perfis de comunicação e uma variedade de pesquisas e ferramentas que avaliam nossos comportamentos. Então, falando especificamente da ferramenta SOAR homologada e utilizada oficialmente pela SOAR Global Institute, que apresenta quatro traços primários (Dominante, Extrovertido, Paciente e Analítico), e outros quatro traços secundários (Não dominante, introvertido, impaciente e não analítico), percebemos que podemos nos comunicar de formas diferentes também de acordo com esta ferramenta. Então, quanto mais nos autoconhecemos, maior será nosso nível de assertividade no relacionamento afetivo conjugal.
As diferenças dão sabor e plenitude no relacionamento conjugal
Muitos casais não conseguem perceber que são as verdadeiras diferenças é que dão sabor e plenitude de construir um relacionamento familiar duradouro e pleno de felicidade. Enquanto uns não aceitam como o outro é, e tentam mudá-los, aí há um grande desgaste e o que os uniu que é o amor, dá lugar aos desentendimentos e destruição conjugal.
CAMARGO (2013), mostra sob várias óticas que nos comportamos de forma diferente, e nosso cérebro já toma decisões antes de termos consciência disso. “Que o cérebro é um sistema físico movido por impulsos elétricos e químicos, portanto nossa mente e nossos comportamentos são produtos desses processos.” Portanto, não somos tão racionais quanto imaginamos ser.
Quando os homens e mulheres aprendem a se apoiar uns aos outros de uma forma mais condizente com suas únicas necessidades, as mudanças e o crescimento se tornam automáticos. Aí não estamos falando de desenvolver pensamentos automáticos que trata BECK apud KNAPP (2008), mas nos referimos ao resultado desse apoio relacionado diretamente com as demandas de cada um. Isso é que trará o que cada um precisa nesse relação conjugal. Quanto mais nos conhecemos e nos permitimos conhecer ao outro, mais podemos direcionar nosso apoio amoroso e atender as reais necessidades do nosso parceiro, agindo de forma mais descomplicadas e mais satisfatórias.
O casamento é uma sociedade civil e amorosa, pois formamos um casal que cada qual vive suas áreas da vida conforme suas crenças, pensamentos, sentimentos (positivos e negativos) comportamentos, mas que vão cada vez mais juntando suas afinidades para cumprirem também o papel como casal. A individualidade deve ser respeitada e privada num relacionamento, mas o casal que não age com este foco não possui uma plenitude. Além de que, esta sociedade também abrange os bens materiais, físicos, emocionais na construção dessa história conjunta. E você está fazendo sua história ou vivendo a dos outros?
Também não podemos deixar de falar de casamentos desfeitos que geram dores, ressentimentos, traumas e crenças limitantes para construírem novos relacionamentos, gerando padrões de comportamentos e sendo vítimas de outras vítimas. Como disse Cury, “somos uma sociedade doente emocionalmente”. Então, se você vive uma situação dessa, buscar ajuda para estas curas são fundamentais para que sua vida seja reconstruída, com aprendizados ocorridos pelo amor ou pela dor, ou, você adoecerá e adoecerá seus próximos. Você se sente capaz de enfrentar esse desafio? O que te impede de seguir adiante? E se você soubesse que não poderia falhar novamente, o que você faria de diferente e melhor? Os caminhos e as escolhas estão em suas mãos, e você sabe as consequências que terá para sua vida? Você tem o livre arbítrio e a autorresponsabilidade para decidir. Portanto, você se põe onde quiser. Busquemos nossa vida desejada.
Coragem e atitude para mudar
“Não sabendo que era impossível, foi lá e fez”, diz DINIZ (2004) que mostra de forma prática que as mudanças são um conjunto de atitudes, caminhos e escolhas que devemos tomar no decorrer de vida, e quanto mais nos conhecemos, melhor será esta jornada. Um relacionamento equilibrado e feliz abrange viver e sentir o amor diariamente, cuidar da alimentação, do corpo, alma e mente – visando este equilíbrio, incluindo atividades físicas, e acima de tudo preservar a espiritualidade e a fé, e até sugere um programa espiritual para esta vivência. E aí nos questionamos: Como está sua vida agora? Você tem o que sonhou e merece?
Infelizmente não temos nos bancos escolares uma disciplina que trate de nossa inteligência emocional, já nos primeiros anos de nossas vidas. Nossas escolhas e circunstâncias vão nos mostrando que vamos formando nossa psique e com ela nossos valores e crenças da tríade do êxito da vida: Ser, Ter, Fazer, que norteiam nossas vidas. Muitos aprendizados que somamos à nossa vida vieram de experiências negativas e de dor, e poderiam vir pelo amor.
Como nossas escolhas vão de alterando e adaptando com as nossas diversas fases da vida, podemos fazer uma comparação com a natureza que é uma verdadeira vitrine de biodiversidade ou multiplicidade de seres, e cada indivíduo tem suas próprias ferramentas para prosseguir sua jornada nesta vida. Mas, como dissemos muitos ainda, não tiveram suas evoluções ao nível destas percepções e por isso, precisam de algum apoio para tirar suas poeiras oculares e, enxergarem os que as limita, para esta evolução.
Quanto mais nos autoconhecemos, mais agiremos com autoconsciência, mais elevada sentiremos nossa autoestima, mais percebida nossa autoimagem e mais autoconfiantes seremos para cumprirmos nosso propósito aqui neste mundo e de forma equilibrada e feliz, deixaremos nosso legado.
Francisco do Espírito Santo Neto, em seu livro “Renovando Atitudes” em seu capítulo “Amar não é sofrer”, retrata que, “se ainda sofremos enquanto indivíduo ou sociedade é porque ainda não aprendemos a amar, pois a lei universal divina nos incentiva ao amar, como única forma capaz de provermos o nosso crescimento”. E isso nos confirma que tudo gira em torno do amor. Se olharmos para cada área de nossas vidas e colocarmos mais doses de amor, certamente viveremos mais leves, curados e próximos à luz da plenitude e felicidade que tanto buscamos.
Podemos perceber ainda que ao amor e ao casamento aplicaremos o respeito um ao outro, o ceder aqui e ali, o falar abertamente sobre o que vem acontecendo, a aplicação de valores em comum e principalmente acreditar na importância do casamento. Pois, se você não tentar viver esta experiência, não saberá o que estás perdendo. E ALBOM (2010) imperativamente nos diz: “Amem-se ou pereçam”. E você, o que escolherá? Isso faz sentido para sua vida? É capaz de sair da zona de conforto? Viver o presente e planejar sue futuro? O que te impede?
A gratidão é um estilo de expressão poderoso que devemos usar em nossas vidas, e mais no pensamento “a gratidão é um fenômeno profundo e completo que desempenha papel fundamental na felicidade e performance humana” diz (Mc CcCullough). Muitos casais se salvam porque um deles decide fazer algo extraordinário ao outro e esta atitude é capaz de transformar a vida do cônjuge e se tornarem exemplo para outros casais. Podemos testemunhar exemplos assim.
Aprendemos que celebrações são formas máximas de gratidão, então como indivíduos que validamos nossas conquistas, vamos validar também as conquistas conjugais, e transformá-las num ritual fundamental para nós e para futuras gerações.
E celebrar o amor durante toda jornada de um casamento é a chama que os levará para uma vida mais plena e feliz.